Finalmente o ano vai realmente começar. Com o fim do Carnaval não há mais espaço para desculpas ou atrasos nos velhos ou até mesmo em novos projetos. Que o ano só começa depois do Carnaval até os mais antigos já diziam. Mas depois de um tempo você acaba por descobrir que essa realidade existe para muitas pessoas.

O ano promete ser conturbado no aspecto político e econômico. O mundo vive em convulsão iminente devido aos conflitos armados na Europa e no Oriente Médio. E nós, aqui no Oeste, de olho nas eleições municipais.

Muita expectativa para um ano curto, que se recupera lentamente da pandemia da Covid-19 e enfrenta os estragos do aquecimento global.

No cotidiano, esquecemos de planejar o futuro buscando exaustivamente cumprir nossas obrigações imediatas, torcendo para o próximo feriado chegar logo. Não investimos um minuto sequer para refletir sobre os problemas climáticos e sociais. Não nos preocupamos nem com o pote de água parada no nosso quintal, fator de proliferação do mosquito da dengue e que já contaminou, só no início deste ano, mais de 500 mil pessoas em todo o Brasil. Destes, mais de 70 indivíduos vieram a óbito.

E assim, isolados em nosso meio familiar – ou às vezes nem isso – seguimos preocupados apenas com nossas aflições cotidianas, nossas tarefas profissionais, sem olhar para o outro. Já dizia um sábio: “me queira bem que não te custa nada”.

Seguimos então pelo menos atentos aos postulantes aos cargos públicos de nossas cidades. Candidatos a prefeitos e vereadores, gestores dos nossos impostos, e que tem por obrigação cuidar dos problemas estruturantes de nossos municípios. Pois é aqui que os problemas começam e os serviços públicos como saúde e educação primária são ofertados. Além disso, se tais recursos não forem bem aplicados, só nos resta esperar o próximo feriadão de Carnaval para desopilar as nossas angústias.