Atendendo a um pedido do governo, o ministro do Supremo Tribunal Federal Cristiano Zanin concedeu uma liminar suspendendo trechos da lei que prorrogou a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia até 2027. A decisão de Zanin, que atuou como advogado de Lula no passado, vai ao plenário virtual da Corte de hoje a 6 de maio. Se validada, terá efeito até que o STF julgue seu mérito. O ministro argumenta que não há a indicação do impacto orçamentário da medida e que há risco de um "desajuste significativo nas contas públicas e um esvaziamento do regime fiscal constitucionalizado". O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia sinalizado que judicializaria a questão. Além disso, a Advocacia-Geral da União pede que a MP 1202 de 2023 seja considerada constitucional. O texto tinha objetivo de aumentar a arrecadação por meio de iniciativas como o fim gradual do Perse (auxílio ao setor de eventos) e da desoneração. (Poder360) E o Legislativo já reagiu. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou em nota que o "governo federal erra ao judicializar a política e impor suas próprias razões, num aparente terceiro turno de discussão sobre o tema da desoneração". Ele avisou que cuidará "das providências políticas" para que a "opção do Parlamento" seja respeitada e que vai se reunir hoje pela manhã com a consultoria e a advocacia do Senado para tratar do tema. "Uma reunião de líderes do Senado também será convocada extraordinariamente." (Meio) A Frente Parlamentar do Empreendedorismo também defendeu a desoneração. A lei venceria no fim de 2023, mas os parlamentares aprovaram a prorrogação. Lula vetou a extensão a pedido da Fazenda, mas o Legislativo derrubou o veto, ao que o Executivo respondeu com a MP da Reoneração, considerada uma afronta ao Congresso e que acabou sendo parcialmente revogada. (g1) O movimento de Lula confirma o que seus auxiliares há muito falam nos bastidores, conta Robson Bonin. Sem maioria no Congresso, o presidente tentará usar seus aliados no STF para vencer o Legislativo em disputas políticas. Mas essa jogada pode ser muito arriscada. "O relator até ontem era advogado de Lula. Nada contra o ministro Cristiano Zanin, mas o que vai acontecer se ele, numa canetada, derrubar o que a maioria do Senado e da Câmara aprovaram? Lula não deveria ser pivô disso", afirma um deputado governista. (Veja) Depois de uma crise que quase derrubou Jean Paul Prates da presidência da Petrobras, a estatal aprovou ontem a distribuição de 50% dos R$ 43,9 bilhões de dividendos extraordinários referentes ao exercício de 2023, seguindo a mesma proposta que havia sido feita pela diretoria no mês passado, mas foi negada pelo Conselho de Administração, que decidiu reter 100% por determinação do governo. Desta vez, a proposta foi feita pela União — após muita negociação — e aprovada pela assembleia de acionistas. O governo federal, que tem a maioria das ações da petroleira, deve receber cerca de R$ 6 bilhões. O pagamento será feito em duas parcelas, em 20 de maio e 20 de junho. A outra metade dos dividendos extraordinários deve ser distribuída até o fim do ano. Os acionistas também aprovaram a distribuição de R$ 72,4 bilhões de dividendos ordinários referentes a 2023. Assim, o total aprovado soma R$ 94,3 bilhões, o que corresponde a R$ 2,89 por ação. (Globo) E os acionistas da Petrobras escolheram ontem 11 nomes para um mandato de dois anos no Conselho de Administração. O governo manteve seis assentos. A novidade é Rafael Dubeux, indicado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Pietro Mendes, indicado do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, foi reconduzido como presidente do colegiado, apesar do recente afastamento por determinação judicial devido a conflito de interesses. (Poder360) Aprovada a toque de caixa no Senado, a chamada PEC das Drogas não vai entrar tão cedo na pauta da Câmara, conta Letícia Casado. Interessado em relatar a matéria, o deputado Sanderson (PL-RS) ouviu do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que a PEC não é uma prioridade. Aliados de Lira dizem que o foco agora são pautas ligadas à economia, em particular a reforma tributária. Além disso, o presidente da Câmara quer evitar mais atritos entre os poderes. O Supremo Tribunal Federal (STF) julga uma ação que estabelece critérios objetivos para diferenciar traficantes de maconha dos usuários, que não sofreriam punição, enquanto a PEC criminaliza também porte e posse e deixa às polícias o poder de determinar a diferenciação. O processo no Supremo está parado por um pedido de vistas, e não há prazo para ser retomado. (UOL) E Lira afirmou ontem, em entrevista à GloboNews, que as chamadas "pautas-bomba" vieram do Senado, e não da Casa Baixa. "Não foi a Câmara que pautou a desoneração dos municípios, que pautou o Quinquênio. Cada um que pauta as suas coisas que responda por elas. Não se pode dizer que a Câmara pautou nenhuma 'pauta-bomba'. Passou pelo Senado." (Poder360). Meio em vídeo. Em De Tédio A Gente Não Morre, Mariliz Pereira Jorge fala da obsessão dos políticos por machos alfa e da série da Netflix que trata da desconstrução masculina de um jeito divertido, além de criticar os excessos. (YouTube) O comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, ficou irritado com o projeto para incluir o marinheiro João Cândido Felisberto (1880-1969) na lista de Heróis da Pátria. Em novembro de 1910, João Cândido liderou a Revolta da Chibata, um motim contra os castigos físicos impostos aos marinheiros, em sua maioria pretos e pardos. Em nota, Olsen se refere à revolta como "deplorável página da História" e a seus participantes como "abjetos". Segundo ele, elevar João Cândido a Herói da Pátria seria "transmitir à sociedade, em particular, aos militares de hoje, que é lícito recorrer às armas que lhes foram confiadas para reivindicar suposto direito individual ou de classe". (Folha) Na madrugada de 25 de abril de 1974, em Portugal, a execução por uma rádio da canção Grândola Vila Morena (Spotify) foi a senha para que jovens militares de esquerda saíssem às ruas e derrubassem aquela que, naquele ponto da história, era a mais longa ditadura fascista da Europa. Ontem, multidões tomaram as principais cidades do país para celebrar os 50 anos da Revolução dos Cravos, como o movimento ficou conhecido. Em Lisboa, um desfile militar abriu as comemorações na Praça do Comércio, mas muitos dos presentes manifestavam preocupação com o avanço da ultradireita no país. (Folha) Portugal se vestiu com cravos para homenagear a revolução. Confira a fotogaleria. (Público) Master Chef
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