O presidente Lula negou ontem que seu governo tenha problemas de relacionamento com o Congresso e que os episódios recentes são "coisas normais da política" durante café da manhã com jornalistas. "A gente não vai viver em uma eterna briga. Porque se você optar pela briga não aprova nada. O país é prejudicado, vamos conviver com todo mundo", disse. Ele não detalhou o encontro de domingo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dizendo que se tratou apenas de uma "conversa" e não de uma "reunião". "Eu sinceramente não acho que a gente tenha problema no Congresso. A gente tem situações que são as coisas normais da política. Vamos só lembrar um número. Nós temos 513 deputados e meu partido só tem 70. Nós temos 81 senadores e o meu partido só tem 9", afirmou, destacando o fato de o PT ter minoria. (Folha) Lula aproveitou o encontro com os jornalistas para criticar a forma como economistas veem a necessidade de corte de gastos no Brasil, incluindo redução de despesas com saúde e educação. "Sem crédito, o país não vai a lugar nenhum, o problema é que tudo é gasto. Educação é gasto, saúde é gasto. A única coisa que não é gasto é superávit primário. A única coisa que se trata como investimento é isso", disse. Ele contestou a estimativa de crescimento de economistas, disse que o país crescerá mais que o esperado e citou o programa de microcrédito lançado na véspera como o maior já anunciado pelo governo. (Globo) Por seu lado, Lira disse na noite de ontem, em entrevista a Pedro Bial, que vinha alertando o governo "há meses" que a articulação no Congresso não estava funcionando, mas evitou insistir nas críticas diretas ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, dizendo que "palavras ditas estão ditas". (g1) Para ler com calma. Lula chegou ao café da manhã com a imprensa esbanjando bom humor. Mas, como conta Luciana Lima, que estava presente, o evento foi motivado por sua irritação com o destaque na mídia às cobranças ao vice Geraldo Alckmin e a ministros. O presidente diz não encarar suas declarações como "uma bronca", enquanto assessores palacianos afirmam que era, sim, mas com outro destinatário que não os citados. (Meio) Monica Gugliano: "Os interlocutores que tem conversado com Lula acreditam que dois fatores têm perturbado o humor presidencial: o primeiro deles é a constante queda na popularidade. A segunda é a de quem se sente sobrecarregado com tarefas que caberiam aos seus ministros e auxiliares. 'O governo está disfuncional', disse um integrante do primeiro escalão que pediu para não ser identificado". (Estadão) Meio em vídeo. O presidente deixou clara sua missão no encontro: precisa fazer chegar às manchetes o que considera ser as boas notícias de seu governo. Ao enfrentar as fake news da extrema direita e as dificuldades de sua própria gestão, Lula pode escolher um bom caminho para isso, que, segundo ele próprio, ouviu de jornalistas anos atrás: não dar pretexto para as manchetes ruins. E isso passa por sua própria moderação, diz Flávia Tavares na coluna Cá Entre Nós. (YouTube) Graças a um acordo costurado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a Câmara aprovou na noite de ontem um limite de R$ 15 bilhões para o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). Além disso, o texto, que agora seguirá para o Senado, estabeleceu dezembro de 2026 como prazo final do programa reduziu de 44 para 30 o número de atividades beneficiadas. O Perse foi criado em maio de 2021 como um socorro ao setor de eventos, duramente atingido pela pandemia de covid-19. (g1) Enquanto isso... Um parecer da Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle do Senado aponta que a PEC do Quinquênio, que turbina salários de juízes e promotores e outros servidores em 5% a cada cinco anos de serviço limitado a 35% do salário, teria, entre 2024 e 2026, um impacto total de R$ 82 bilhões, conta o Blog do Valdo Cruz. A proposta foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, mas é baixa a expectativa de que passe pelo. (g1) O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto pela invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A denúncia, segundo Julia Duailibi, cita 10 crimes, como invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, por terem inserido documentos ideologicamente falsos no sistema informático. E Zambelli foi denunciada como mandante do crime. Segundo a investigação da PF, a invasão aconteceu em novembro de 2022 e, em 4 de janeiro de 2023, Delgatti inseriu documentos falsos no sistema do órgão. (g1) E a PGR pediu novas diligências na investigação que apura a suposta participação de Jair Bolsonaro (PL) em um esquema de fraude em cartão de vacinação contra a covid-19. Além do ex-presidente, outras 15 pessoas, incluindo o tenente-coronel Mauro Cid, foram indiciadas pela PF em março. As novas diligências têm o objetivo de fornecer mais provas à PGR, que precisa decidir se denuncia o ex-presidente e os demais ou se pede o arquivamento do caso. (Globo) O governo federal conseguiu recuperar junto a dois bancos R$ 2 milhões dos R$ 3,5 milhões desviados do Sistema de Administração Financeira (Siafi) por hackers. O dinheiro que falta já havia sido transferido para uma terceira instituição quando o estorno foi pedido. A complexidade do Siafi, usado pelos gestores dos ministérios para fazer pagamentos, faz com que investigadores desconfiem do envolvimento de pessoas que já atuaram ou mesmo ainda atuem no serviço público federal. (UOL) A partir do próximo dia 1º o Google não permitirá o impulsionamento pela ferramenta Google Ads de publicações de cunho político com vistas às eleições municipais de outubro. A empresa tomou a decisão por não considerar tecnicamente viável a adaptação às regras de impulsionamento impostas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Publicações governamentais poderão ser impulsionadas, desde que não se relacionem ao pleito. (Poder360) Lula roda a baiana
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