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Milhares vão às ruas contra PEC da Blindagem e PL da Anistia

Atos contrários à PEC da Blindagem e ao projeto que anistia envolvidos na tentativa de golpe de Estado no Brasil levaram manifestantes às ruas em várias capitais do país neste domingo. Em São Paulo, o protesto reuniu 42,3 mil pessoas na Avenida Paulista, segundo cálculo do Monitor do Debate Político do Cebrap e da ONG More in Common. O número é semelhante ao da manifestação pró-anistia de 7 de setembro de 2025, convocada pelo pastor Silas Malafaia, que reuniu 42,2 mil manifestantes. Os atos deste domingo foram convocados pelas redes sociais por movimentos de esquerda, organizações civis e artistas. No Rio de Janeiro, a manifestação reuniu 41,8 mil pessoas em Copacabana, com apresentações musicais de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Djavan, Paulinho da Viola e outros. (UOL e Globo)
Uma das imagens mais marcantes do ato na Avenida Paulista foi a abertura de uma imensa bandeira do Brasil pela multidão, em contraponto à bandeira dos Estados Unidos estendida pelos bolsonarista no mesmo local há duas semana. (Poder360)
Veja imagens dos protestos em diversas partes do país. (BBC Brasil)
Em meio aos protestos, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), afirmou à GloboNews que pretende pautar a votação da PEC na próxima reunião do colegiado, prevista para quarta-feira. “[Vou pautar] para sepultar de vez esse assunto no Senado”, disse. O relator da proposta, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), já disse que seu parecer será pela rejeição da PEC que busca proteger parlamentares contra a abertura de processos penais no Supremo Tribunal Federal (STF). (g1)
Reforçando a previsão de Alencar, um levantamento do Globo indica que a PEC não deve passar nem mesmo da CCJ. Dos 27 integrantes do colegiado, 17 responderam que votarão contra, ante três a favor. Outros sete não quiseram antecipar a posição. Ainda que a proposta chegasse ao plenário, o levantamento aponta que seria derrubada, já que 46 dos 81 senadores se declaram contrários à medida. Seis afirmam ser favoráveis, outros seis disseram ainda não saber como votarão e os demais não responderam. (Globo)
Nas redes sociais e aplicativos de mensagens, as manifestações da esquerda ultrapassaram o engajamento dos atos de 7 de setembro convocados pelo bolsonarismo. Segundo monitoramento em tempo real realizado pela Palver, a cada 100 mil mensagens trocadas, cerca de 865 faziam referência ao protesto do dia 21, contra 724 durante as mobilizações da direita duas semanas antes. O levantamento mostrou ainda que figuras do governo não tiveram protagonismo entre as mensagens trocadas. (Folha)
Bela Megale: “A ordem é minimizar, mas, em reservado, aliados de Jair Bolsonaro — de dentro e de fora do Congresso — afirmam que se assustaram com o tamanho das manifestações deste domingo”. (Globo)
Andréia Sadi: “A ideia de atrelar a tramitação da anistia à blindagem foi, nas palavras de um aliado de Bolsonaro, um tiro no pé, pois deixou de herança o desgaste de tentar aprovar duas medidas amplamente impopulares, além do carimbo de que a direita patrocinou o movimento de blindagem a parlamentares.” (g1)
Anistia light
Spacca
O presidente Lula desembarcou neste domingo em Nova York, onde vai discursar na abertura do debate de líderes da Assembleia Geral ONU, na terça-feira. Esta é a primeira viagem de Lula aos EUA desde que o presidente americano, Donald Trump, impôs uma sobretaxa de 50% para entrada de produtos brasileiros no país. No discurso, Lula deve abordar temas como soberania, democracia, multilateralismo, mudanças climáticas e a guerra em Gaza. (g1)
A situação de Gaza, aliás, deve ser um dos pontos centrais do encontro. Neste domingo, véspera da reunião anual, Grã-Bretanha, Canadá e Austrália reconheceram formalmente o estado palestino, aumentando a pressão sobre Israel para aliviar a crise humanitária na região e colocando três grandes aliados americanos em desacordo com o governo Trump. Mais tarde, Portugal também confirmou seu reconhecimento da Palestina. A França, que também já anunciou a intenção, prometeu votar pelo reconhecimento na ONU esta semana, juntando-se a cerca de 150 membros do órgão que já fizeram o mesmo. (New York Times)
Seguidores de Charlie Kirk e líderes conservadores lotaram o State Farm, em Glendale, Arizona, para o funeral do influenciador assassinado. Usando gravatas vermelhas, estampas de bandeiras e todo tipo de produtos MAGA, dezenas de milhares de apoiadores formaram fila na entrada antes mesmo do sol nascer. Oradores religiosos e políticos - incluindo o presidente americano Donald Trump e o vice JD Vance - discursaram para a multidão. Celebridades conservadoras também se juntaram à multidão que vibrava e chorava, em um evento que visava celebrar Kirk e insuflar um movimento político em seu nome. (NYT)
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Energia da Evolução
Apesar do debate sobre descarbonização, o Brasil ainda dependerá do petróleo para uma transição energética justa. Um estudo da Empresa de Pesquisa Energética destaca a matriz renovável do país, mas ressalta o papel estratégico do óleo e gás. Sem explorar novas reservas, o país perderia R$ 2,9 trilhões em royalties e participações especiais até 2055, além de R$ 824 bilhões em tributos e R$ 167 bilhões para o Fundo Social. A exploração da Margem Equatorial pode gerar mais de 300 mil empregos e movimentar R$ 65 bilhões anuais no PIB regional. O IBP defende a Margem Equatorial como prioridade estratégica, tanto pelo potencial econômico quanto pela capacidade do país de manter rigorosos padrões de segurança e proteção ambiental. (Além da Superfície)
O Brasil esteve na vanguarda do uso de bioenergia sustentável no transporte, ao criar o Programa Nacional do Álcool, em 1975, e pode voltar a ser um protagonista global na produção de combustíveis sustentáveis. Um estudo do Itaú BBA mostra que a demanda por etanol, biodiesel e óleo de soja como matéria prima para biocombustíveis tende a crescer de forma significativa. E o país mostra seu enorme potencial, ao sancionar a Lei do Combustível do Futuro, focado em incentivar o uso de biocombustíveis, estimular a inovação e ampliar a produção. (Estadão Mobilidade)
Com a emergência climática, a Shell Brasil tem apostado em novas alternativas sustentáveis. A companhia investe cerca de R$ 500 milhões anuais em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), com cerca de 30% voltados para soluções de baixo carbono e 70% em iniciativas de descarbonização e aumento de eficiência na indústria offshore. Também faz parcerias com mais de 20 universidades, centros de pesquisa, empresas e startups para viabilizar projetos inovadores. Já a área de P&D toca projetos estratégicos voltados para a transição energética, entre eles, uma nova fonte de biomassa para produzir etanol e biogás em regiões semiáridas. (Valor)
Viver
O Brasil perdeu cerca de 15% da faixa de areia em praias nos últimos 30 anos. O principal motivo para a redução é a erosão costeira - um processo natural que tem sido agravado pelas mudanças climáticas provocadas pela ação humana. O excesso de construções nas orlas atrapalha o equilíbrio do mar, que muda a quantidade de bancos de areia que produz, fazendo com que a praia perca sua capacidade de se recuperar. A faixa de areia atua como barreira natural contra o avanço do oceano. Sem ela, aumenta o risco de inundações. (g1)
Para ler com calma. Criado no Recife, o cobogó teve seu estilo arquitetônico replicado em dezenas de prédios das cidades brasileiras. Após cair em certo esquecimento, os tijolos vazados têm sido redescobertos nos últimos anos por seu potencial de refrescar ambientes em tempos de calor extremo, servindo de barreira contra o Sol, enquanto permite a circulação do vento e deixa passar alguma luminosidade. Idealizado para ser uma alternativa de bloco pré-fabricado mais prático e barato em obras, o cobogó atualmente também é recomendado pelo seu valor estético, produzindo efeito de luzes e até como um divisor de ambientes internos. (BBC Brasil)
Em um domingo de seis pódios, o Brasil conquistou duas medalhas de ouro no primeiro dia do Mundial de Natação Paralímpica, em Singapura. Uma veio com Carol Santiago disputando os 100m costas para a classe S12 (baixa visão), e outra com Alessandra Oliveira nos 100m peito para a classe SB4 (limitações físico-motoras), com direito a recorde mundial. Os brasileiros ainda conquistaram outras quatro medalhas, uma prata e três bronzes, ficando na quarta colocação no quadro de medalhas. (UOL)
Meio em vídeo. O Brasil é a única potência do futebol em que uma minoria significativa torce contra a seleção, por motivos políticos, regionais ou futebolísticos. O Meio de Campo analisa três jogos paradigmáticos desse fenômeno, explorando as idiossincrasias regionais brasileiras e a falta de visão da cúpula do futebol nacional sobre as aspirações do resto do país. (YouTube)
Cultura
O 58° Festival de Brasília terminou neste sábado coroando Futuro, Futuro, do diretor gaúcho Davi Pretto, com o prêmio de melhor longa-metragem pelo júri oficial. Ele também levou os troféus candango de melhor roteiro e melhor montagem. Protagonista do longa, o ator Zé Maria Pescador levou uma menção honrosa do júri. Já o filme Assalto à Brasileira, de José Eduardo Belmonte, conquistou a estatueta de melhor longa-metragem pelo júri popular, além dos prêmios de melhor ator, para Murilo Benício, e melhor ator coadjuvante, para Christian Malheiros. (Correio Braziliense)
Para ler com calma. Morto em 1991 em um violento acidente rodoviário, Luiz Gonzaga Júnior, o Gonzaguinha, estaria completando 80 anos hoje. Compositor e cantor de raro talento, passeou por temas e estilos ao longo de mais de duas décadas de carreira e acumulou sucessos na própria voz e nas das maiores cantoras da MPB. Para homenagear a data, Meio lembra a vida e o trabalho desse gênio ao mesmo tempo romântico e ácido, com direito a listas com as músicas obrigatórias para conhecer Gonzaguinha e as que vão te surpreender. (Meio)
O mercado musical brasileiro movimentou R$ 116 bilhões em 2024, sendo R$ 94 bilhões apenas com apresentações, R$ 13,9 bilhões em compra e venda de instrumentos e equipamentos de áudio e R$ 3,4 bilhões em gravações de músicas. O estudo elaborado pela Associação Nacional da Indústria da Música (Anafima) mostra que o streaming foi responsável por 87,6% dos R$ 3,4 bilhões gerados pelas gravações, mas apenas uma pequena parte do dinheiro vai diretamente para os músicos. Enquanto os artistas receberam R$ 700 milhões, os compositores ficaram com R$ 250 milhões. Isso porque parte dos valores repassados pelas plataformas também são divididos entre as gravadoras. (Folha)
Cotidiano Digital
A Apple está correndo para aumentar a produção de seu recém-lançado modelo básico do iPhone 17, após receber um elevado número de encomendas nos últimos dias. Segundo pessoas ouvidas pelo Information, dois fornecedores foram solicitados a elevar sua produção diária do modelo padrão em pelo menos 30%. A mudança sugere preferência dos consumidores pelo modelo mais barato do iPhone 17, em vez das versões Pro e Pro Max, que são mais caras. A demanda também se deve a melhorias no custo-benefício do modelo padrão e o adiamento do iPhone Air no mercado chinês devido às regulamentações locais. (Information)
Aliás, o Apple Watch Series 11, à venda desde sexta-feira, vai notificar os usuários que podem ter pressão alta, em um recurso desenvolvido usando inteligência artificial em vez de um monitor de pressão arterial. Segundo o vice-presidente de saúde da Apple, Sumbul Ahmad Desai, a ferramenta surgiu da aplicação de modelos de IA a dados de sensores existentes. Foram usados dados de 100 mil pessoas inscritas em um estudo sobre coração lançado em 2019. Após várias camadas de aprendizado de máquina, a Apple criou um algoritmo validado em estudo com outros 2 mil participantes. (Reuters)
Autoridades da Casa Branca disseram que os americanos vão ocupar seis dos sete assentos no conselho das operações do TikTok nos EUA, enquanto a controladora chinesa ByteDance terá apenas uma cadeira, em um acordo entre os dois países. O presidente Donald Trump está tentando impedir que o aplicativo com 170 milhões de usuários nos EUA seja banido, após a lei que previa a proibição da rede social, caso seus ativos no país não fossem vendidos pela proprietária. Segundo Washington, Trump estenderia a mais recente pausa na aplicação da lei por mais 120 dias, até abril de 2026. Nem o TikTok nem a administração chinesa comentaram o acordo até agora. (Reuters)
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