Um CEO que ignora Isaías 55 jamais liderará com justiça.

“Meus pensamentos não são os vossos pensamentos”, diz o Senhor. E é neste abismo entre a lógica divina e a pressa humana que muitas lideranças naufragam. Saul naufragou. Ele tinha autoridade, tinha o povo, tinha as armas. Faltava-lhe uma coisa: temer ao Senhor.

O problema não está nas decisões técnicas, mas nas motivações ocultas. Quantas vezes você, líder, toma decisões com base no medo da perda, da rejeição, da pressão por resultado, enquanto racionaliza como se estivesse agindo com prudência? Essa é a diferença entre o ciclo simples e o ciclo duplo.

Aprender de verdade, segundo Argyris, é olhar para o próprio mapa mental e perguntar: “Será que a forma como aprendi a decidir é, na verdade, o motivo pelo qual continuo errando? ” É como disse Samuel a Saul: “Obedecer é melhor do que sacrificar. ” Deus não está interessado em relatórios bonitos. Ele quer líderes que o obedeçam no escuro.

Nosso maior desafio como mentores e gestores é ensinar que caráter vale mais que competência. Que obediência espiritual não é alienação, mas clareza. Que os caminhos de Deus — embora invisíveis — são mais certeiros do que qualquer projeção financeira.

Pedro aprendeu isso. O fanfarrão virou rocha. O que negou Jesus três vezes tornou-se colunas do Evangelho. Mas não porque decorou a doutrina. Foi porque deixou-se moldar por ela.

Os grandes líderes que conheci, os que realmente deixaram legados, passaram pelo fogo. Foram quebrados. Suas decisões passaram a vir de outro lugar: não da pressão, mas da presença. Eles aprenderam a discernir que nem toda solução rápida é sábia, nem toda análise fria é justa, e nem toda vitória visível é, de fato, um progresso.

Liderar, no século XXI, é mais do que saber sobre IA e ESG. É saber discernir espírito e verdade. É ter coragem de parar diante de um dashboard e dizer: “Isso aqui está certo, mas não é justo. ” É deixar-se guiar por convicções e não por conveniências.

Aos que ousam esse caminho, deixo um convite: volte ao coração. Volte ao propósito. Volte ao ciclo duplo. E siga aprendendo com Aquele cujos caminhos são mais altos que os seus.

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- Juliano Gazola é fundador da Bioliderança no Brasil, business executive coach e reprogramador biológico