Líderes internacionais e a ONU entraram em campo para tentar conter um conflito entre Israel e o Irã, após o regime de Teerã lançar na noite de sábado uma série de ataques de uma agressividade nunca antes vista com drones e mísseis contra o território israelense. Ainda no domingo, o G7, que inclui as maiores economias do mundo, divulgou uma nota de "total apoio e solidariedade a Israel", acusando o Irã de "provocar uma escalada [militar] regional incontrolável". O Conselho de Segurança da ONU fez uma reunião de emergência no domingo, a pedido de Israel, para discutir o ataque. Falando aos conselheiros, o secretário-geral António Guterrez disse que o Oriente Médio estava à beira do abismo e que era hora de "todos darem um passo atrás". Já o presidente dos EUA, Joe Biden, assumiu a liderança de um esforço internacional para reduzir a tensão entre os dois países. Ele insiste que o fato de Israel ter conseguido interceptar quase todos os artefatos iranianos lançados contra seu território foi uma grande vitória e tornaria desnecessária uma retaliação em larga escala. (New York Times) A relação entre Irã e Israel é tensa desde a Revolução Islâmica de 1979, mas atingiu um ponto de ebulição após os ataques terroristas do grupo Hamas, financiado por Teerã, em 7 de outubro do ano passado. No último dia 1, um bombardeio atribuído a Israel destruiu a embaixada iraniana em Damasco, na Síria, matando 12 pessoas, incluindo um general da Guarda Revolucionária. Na noite de sábado, o Irã lançou centenas de drones e dezenas de mísseis balísticos contra Israel, mas segundo Tel Aviv, 99% dos artefatos foram abatidos por seu sofisticado sistema de defesa antiaérea. A Jordânia, vizinha e hoje aliada de Israel, afirmou ter derrubado drones e mísseis que atravessaram seu território. O mesmo foi feito por forças americanas e britânicas estacionadas no Oriente Médio. (AP) O governo israelense deu indicações de que não pretende agir sozinho de imediato contra o Irã, enquanto avalia as possibilidades de resposta aos ataques de sábado. Mas manteve suas forças armadas em alerta máximo e informou que seus líderes aprovaram "tanto ações defensivas quanto ofensivas". O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu convocou para esta segunda-feira uma nova reunião do Gabinete de Guerra, criado após os atentados de 7 de outubro. (Guardian) Na avaliação de especialistas, o ataque iraniano a Israel foi perigoso, provocador e, aparentemente, projetado para falhar. Seu principal objetivo, creem, seria quebrar o tabu de atacar diretamente o território israelense, coisa que Teerã jamais havia feito. "O Irã parece ter concluído que não retaliar o ataque de Damasco traria mais desvantagens que benefícios", diz Ali Vaez, do Grupo Internacional de Crise, ressaltando, porém, que a escolha das armas foi cautelosa, deixando de fora seus novos mísseis hipersônicos. "Eles claramente queriam algo espetacular, mas não fatal", conclui. (Político) O Itamaraty divulgou uma nota pedindo "máxima contenção" para evitar um agravamento no conflito e afirmando que o governo acompanha a questão com "grave preocupação". Já o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, se disse desapontado pelo governo brasileiro não condenar explicitamente o ataque. (CNN Brasil) Guga Chacra: "O regime de Teerã mostrou não ser um tigre de papel ao ter a coragem de realizar uma operação dessas contra um adversário claramente superior. Ao mesmo tempo, o ataque foi telegrafado e organizado para evitar uma escalada. Israel mostrou enorme força. Com a ajuda de aliados, interceptou praticamente todos os drones e mísseis disparados contra o país. O governo Netanyahu conquistou também uma grande vitória diplomática." (Globo) Começa hoje em Nova York o julgamento de Donald Trump por fraude contábil, o primeiro processo criminal já movido nos EUA contra um ex-presidente. Segundo os promotores, Trump falsificou documentos da contabilidade de suas empresas para mascarar o pagamento de um suborno à ex-atriz pornô Stormy Daniels às vésperas das eleições de 2016 para que ela não revelasse um caso extraconjugal com o então candidato republicano. Nas últimas semanas, a defesa de Trump tentou sem sucesso uma infinidade de manobras jurídicas para adiar ou mesmo impedir o julgamento, que pode ter impactos sérios sobre sua campanha para retornar à Casa Branca. (CNN) O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse que a briga com o empresário Elon Musk é uma questão encerrada e que o Brasil precisa ter suas decisões judiciais respeitadas por empresas que atuam no país sob pena de sofrerem as consequências previstas na lei. Ele ponderou, no entanto, que o Brasil precisa enfrentar o debate sobre a liberdade de expressão usada por extremistas, em todo mundo, como forma de "disseminação do ódio, de mentiras e de teorias conspiratórias". (g1) O presidente Lula disse na sexta-feira que o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, permanecerá no cargo por muito tempo "só por teimosia". A declaração refere-se ao ataque feito na véspera pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que chamou o ministro de "incompetente" e disse ser seu "desafeto pessoal". (g1) Padilha, por sua vez, disse que não desceria "ao nível" de Lira para responder aos ataques. "Sou filho de uma alagoana arretada que sempre disse que, se um não quer, dois não brigam", disse o ministro. Lira o acusa de "plantar a versão" de que ele teria trabalhado para a Câmara revogar a prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de mandar matar a vereadora Marielle Franco. O ministro citou o rapper paulista Emicida ao ser questionado sobre as declarações: "'Mano, o rancor é igual tumor: envenena a raiz, quando a plateia só deseja ser feliz'. Sei que os deputados querem ser felizes e manter os bons resultados para o país." (Globo) Death goes shopping
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