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Cascavel,09/05/2024

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Vander Piaia

E esse tal de déficit?


E esse tal de déficit? Reprodução Freepik

Janeiro é o mês em que começam a aparecer os números reais da economia no ano anterior, tais como o medição dos déficits ou superávits.  

Havia consenso por parte daqueles que analisam mais profundamente a economia brasileira que o buracão da dívida pública iria se ampliar, não obstante as reiteradas falas do ministro Haddad tentando dizer à sociedade mercantil que tudo estava sob controle. 

Foi apontado um déficit primário em 2023 de R$ 234,3 bilhões, um salto "para trás" se comparado ao resultado superavitário de quase R$ 60 bilhões em 2022. A bem da verdade, o saldo negativo de 2023 foi engrossado pelo pagamento de precatórios na ordem de R$ 93 bilhões, dívidas essas que estavam sendo roladas até que o STF (isso mesmo, aquela turma que detém o poder real) obrigou ao pagamento. 

Mesmo assim, se não houvesse o pagamento dos precatórios, o buraco ainda seria da ordem de R$ 141 bilhões.  Há razões para tamanho descompasso entre receitas e despesas?  Primeiro, o governo superestimou o aumento de receitas decorrentes dos ajustes na política econômica; segundo, o desempenho arrecadatório de praxe não foi satisfatório, mesmo assim, o governo não pisou no freio da gastança, logo, qual resultado poderia se esperar?

Déficits nas contas públicas não costumam ser o fim do mundo, grande parte dos países convivem com déficits, o grande problema são as grandes oscilações negativas, que podem indicar uma má condução da política econômica.

Na prática, o que o tal déficit impacta na vida do cidadão, do investidor, do empresário? No  dia seguinte, ou seja, no curto prazo, parece não haver estragos, mas na medida que o buraco se amplia, o governo vai ter que dar um jeito de tapá-lo, e o caminho costuma ser por meio de aumentos da carga tributária, ainda que localizados (tipo, taxar setores que ainda tem uma tributação proporcionalmente menor) mas que de algum modo irá impactar também nos preços. 

O caminho mais sábio seria rever os gastos, ser mais probo, mas isto certamente não está na linha do horizonte do governo, que sempre irá se defender dizendo que esses gastos são para benefícios aos desfavorecidos. Quem, os políticos?


- Vander Piaia é comentarista econômico  e professor de Economia da Unioeste




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