Para tentar conter a inflação dos alimentos e recuperar a popularidade do presidente Lula, o governo anunciou uma série de medidas para baixar os preços de alguns itens. O vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou que o imposto de importação de café, carne, açúcar, milho, óleo de girassol, azeite de oliva, sardinha, biscoitos e massa alimentícia será zerado. A medida ainda precisa passar pela Câmara de Comércio Exterior. “É questão de dias”, disse Alckmin. Para ele, a decisão não deve prejudicar produtores locais, pois não se trata de uma substituição, mas de uma complementação. Além disso, o Ministério da Agricultura vai acelerar a análise das questões fitossanitárias em relação a outros países para acelerar a comercialização. O vice-presidente também pediu aos estados que zerem o ICMS incidente sobre itens da cesta básica, como já faz o governo federal. Alckmin destacou que Lula aprovou uma série de medidas sobre o tema, e que os anúncios desta quinta-feira são os primeiros de um pacote. (Estadão) A alta no preço dos alimentos é apontada como uma das razões para a perda de popularidade de Lula, que atingiu na última pesquisa Datafolha o pior nível de aprovação de sua história. O IPCA fechou 2024 em 4,83%, puxado principalmente pelo grupo Alimentação e Bebidas, cujos preços subiram 7,69%, sendo que comer em casa ficou 8,23% mais caro ante deflação de 0,5% em 2023. “Acreditamos que esse conjunto de medidas vai ter sim um resultado importante. Claro que é preciso destacar que tivemos no ano passado uma queda grande nos preços dos alimentos no país. Depois é que aumentou, motivado por uma seca excepcional e pelo dólar”, disse Alckmin. (Folha) Economistas avaliam que o efeito prático das medidas do governo será limitado e que elas serão confundidas com a redução de preços já aguardada com a safra maior de grãos. “Para setores que produzem muito no mercado doméstico, zerar a alíquota de importação é mais uma questão de marketing do que real impacto”, afirma Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados. Já Juliana Inhasz, economista e professora do Insper, avalia que o efeito positivo não deve ser duradouro. “[As medidas] não resolvem os problemas em si, que são de taxa de câmbio mais alta, pressões que vêm de oferta menor aqui e lá fora. Ou seja, não são medidas que perdurarão muito tempo se não atacarem os problemas em si”, diz ela. (Globo) Ao ser questionado sobre a renúncia fiscal provocada pela medida, Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, afirmou que os produtos englobados na decisão “têm pouca importação relevante” por causa das alíquotas mais altas. E disse que a expectativa é elevar a competitividade e reduzir os preços internos, com eventuais impactos fiscais a serem estimados a partir das notas técnicas que ainda serão divulgadas. (Veja) Os advogados de Jair Bolsonaro (PL) apresentaram ao Supremo Tribunal Federal a defesa do ex-presidente à acusação feita pela Procuradoria-Geral da República de participação na trama golpista. Eles afirmam que Bolsonaro é inocente e não compactuou com qualquer tentativa de ruptura democrática. A defesa pede que a delação do tenente-coronel Mauro Cid seja anulada porque ele teria sido pressionado e mudou de versão sobre os fatos narrados. Também pede a nulidade da investigação desde a quebra de sigilo de Cid pela Polícia Federal, em 2021. Além disso, quer que o julgamento seja no plenário do tribunal e não na Primeira Turma. (Globo) Outros denunciados, como o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o general Augusto Heleno, também apresentaram a defesa prévia, questionando a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e reciclando argumentos já rejeitados pela Corte. A maioria das defesas cita a menção da PGR a um plano de assassinato de Moraes, do presidente Lula e do vice, Geraldo Alckmin, para dizer que o magistrado não poderia acumular o papel de vítima e julgador. Os advogados também defendem que o Supremo não tem competência para julgar o caso, pois há denunciados sem foro privilegiado. (Folha) Patriotas exiladosMarcelo Martinez 
Em reunião de emergência em Bruxelas, os líderes da União Europeia concordaram com um plano de € 800 bilhões para aumentar os gastos com defesa após o presidente americano, Donald Trump, suspender a ajuda militar e o compartilhamento de inteligência com os ucranianos. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que é “um momento decisivo para a Europa” e também para a Ucrânia. A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, deu o tom da reunião: “Gaste, gaste, gaste em defesa e dissuasão. Essa é a mensagem mais importante e, ao mesmo tempo, é claro, continue apoiando a Ucrânia, porque queremos paz na Europa”. Mas a unidade europeia não foi total. O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, não apoiou uma declaração em relação à Ucrânia, opondo-se a uma negociação de paz que favoreça a Rússia. Os outros 26 líderes da UE “apoiaram firmemente” a declaração. “Não pode haver negociações sobre a Ucrânia sem a Ucrânia”, diz o rascunho do texto. (Guardian) Na segunda reviravolta em dois dias, o governo de Donald Trump recuou novamente em sua ameaça de impor tarifas de 25% a México e Canadá. O presidente americano assinou uma ordem executiva determinando que todos os bens que atendem às regras de um acordo de livre comércio de 2020 com os vizinhos dos EUA terão mais um mês de isenção. A decisão do republicano segue conversas com a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, e negociações entre autoridades canadenses e o governo Trump. Na quarta-feira, o republicano já havia anunciado que as montadoras que estão dentro do acordo estariam isentas da nova taxa até 2 de abril. Apesar de os principais índices de Wall Street terem respondido mal ao tarifaço, Howard Lutnick, secretário de comércio de Trump, disse que os movimentos no mercado de ações não impulsionariam a política comercial dos EUA. A mais recente medida de Washington foi anunciada horas depois de dados mostrarem que o déficit comercial dos EUA aumentou de US$ 98,1 bilhões em dezembro para o valor recorde de US$ 131,4 bilhões em janeiro. (Financial Times) Em meio à guerra comercial, várias províncias canadenses estão retirando das prateleiras bebidas alcoólicas americanas. Lawson Whiting, CEO da Brown-Forman, fabricante do whisky Jack Daniel’s, disse que a resposta canadense foi “desproporcional” às taxas de 25% impostas pelo governo Trump. “Isso é pior do que uma tarifa, porque está literalmente acabando com as vendas, removendo completamente nossos produtos das prateleiras”, disse Whiting. (BBC) |
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