Editorial Paraná Oeste
Nova faixa de isenção do IR

A aprovação da mudança do Imposto de Renda (IR) pelo Governo Federal, que eleva a faixa de isenção para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil mensais, marca um passo significativo na tentativa de reduzir desigualdades fiscais no País. Com esta medida, 26 milhões de brasileiros serão beneficiados e a previsão de isenção, que atualmente alcança apenas quem ganha até R$ 2.824, amplia a capacidade de consumo de boa parte da população. Mas será que essa isenção realmente faz sentido?
O Governo alega que a reforma é um avanço no sentido de justiça social e fiscal, com a promessa de aumentar o poder de compra dos brasileiros, mas qual é o efeito disso a longo prazo? A ausência de imposto por parte de 26 milhões de pessoas significa uma redução na arrecadação do Estado, mas em contrapartida, o Governo afirma que a medida será compensada com a taxação das altas rendas.
A proposta tenta corrigir uma distorção histórica no sistema tributário, onde as altas rendas pagam menos impostos. É uma tentativa do Governo de equilibrar as contas e oferecer um respiro à classe trabalhadora. Ainda que existam dúvidas sobre os efeitos fiscais de longo prazo, não é possível ignorar o peso histórico desta mudança. Corrigir a tabela do IR, congelada por anos, significa aliviar quem sempre pagou mais do que deveria e redistribuir de forma mais justa a carga tributária.
Observando isso, é possível dizer que a reforma faz sentido dentro do cenário econômico atual. Essa proposta reduz momentaneamente a arrecadação, mas equilibra as contribuições priorizando quem movimenta a base da economia e carrega o maior peso da tributação. Mesmo que reste o desafio de garantir algo sustentável a longo prazo, visto que ainda não podemos afirmar qual será o resultado, esta medida aponta para um modelo racional: quem ganha mais, contribuirá proporcionalmente mais, algo essencial para a justiça social.
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