Ferroeste é tema de encontro com entidades industriais do Oeste
1º Fórum Econômico e Político do Oeste do Paraná, em Cascavel, reuniu empresários e entidades de classe
“A Ferroeste está no limite operacional, não consegue acompanhar o agronegócio, que cresce mais de 20% ao ano, inclusive com recorde de soja na safra de 2023. Só uma nova ferrovia moderna vai poder oferecer o que o Estado do Paraná precisa para continuar a crescer”, avaliou Fagundes.
Construída durante a década de 1990, a Ferroeste opera no trecho de 247 km entre Cascavel e Guarapuava, município onde se conecta à Malha Sul. Hoje um contêiner refrigerado que sai de Cascavel pode levar até cinco dias de viagem para chegar ao Litoral. A Nova Ferroeste vai reduzir esse tempo para 20 horas, inclusive com uma nova descida na Serra do Mar.
“A única maneira da economia se movimentar é através da infraestrutura. Não adianta a excelência no setor produtivo, dos portos, se não tiver como conectá-los de uma maneira qualificada", arrematou o coordenador.
Ele explicou que no fim de 2022, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) solicitou estudos adicionais ao Governo do Paraná sobre o projeto, como complementação ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA). São contribuições e questionamentos oriundos das sete audiências públicas realizadas pelo órgão, bem como pedidos dos técnicos a partir das vistorias feitas ao longo do traçado.
O instituto requereu a apresentação de alternativas locacionais ao traçado proposto nos municípios de Guaraniaçu, São José dos Pinhais e na Serra do Mar. Estes e outros ajustes também vão permitir a redução adicional no volume de supressão de mata nativa. O estudo complementar, com mais de 700 páginas, será protocolado nos próximos dias.
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) também demandou estudos de novos povos indígenas próximos ao traçado. O número de territórios e a localização serão definidos numa vistoria que será realizada por técnicos da Funai e do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário. Elas vão passar por Dourados, no Mato Grosso do Sul, e Guaíra, Nova Laranjeiras e Morretes.
FÓRUM – Além da infraestrutura, o fórum tratou de demandas do agronegócio, como conectividade no campo e questões tributárias. Foram discutidos ainda futuros investimentos da Itaipu Binacional na região.
Nesta semana o Governo do Paraná lançou dois novos programas para estimular o crescimento do setor. Serão R$ 250 milhões, através do Siscred (Sistema de Controle da Transferência e Utilização de Créditos Acumulados), dirigidos a cooperativas que tenham crédito tributário de exportação para a construção de silos. Nessa mesma linha, até R$ 500 milhões serão liberados para novas plantas industriais em regiões de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
O vice-presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), Alci Rotta Jr., disse que encontros como este serão feitos todos os anos para alinhar as expectativas e unir forças. “A ideia é conectar empresários e representantes públicos com as demandas e os gargalos do Oeste. A gente sabe que se melhorar essa questão de infraestrutura vai gerar melhoria nos preços dos produtos, mais empregos e novos investidores”, complementou.
AEN
COMENTÁRIOS