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Câmara aprova isenção de IR até R$ 5 mil e taxação de ricos

A aprovação pela Câmara da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais e a redução da alíquota até R$ 7.350 já era dada como certa. O que não se previa é que todos os 493 deputados presentes votassem a favor da medida, promessa de campanha do presidente Lula (PT). Mais polêmica, a taxação progressiva até 10% para pessoas com rendimento acima de R$ 600 mil anuais também passou. Arthur Lira (PP-AL), relator do projeto, rejeitou a maior parte das propostas para compensar estados e municípios, cuja perda de arrecadação será reposta pela arrecadação prevista na própria lei. A adesão da oposição à proposta, que agora segue para o Senado, mostra que os deputados perceberam o custo político de se opor à medida, mesmo que ela beneficie politicamente o Executivo. Pesou também a necessidade de apresentar pautas positivas após a má repercussão da PEC da Blindagem, derrubada pelos senadores. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) não escondia o alívio nem poupava autoelogios. “Esta vitória é a prova de que, com liderança firme, responsabilidade e capacidade de articulação, o Congresso Nacional é capaz de promover mudanças que impactam positivamente a vida de todos”. A estimativa é de que, com a aprovação da mudança, o número de contribuintes isentos de IR salte de 15,2 milhões para 26,6 milhões, cerca de 65% dos declarantes. (g1)
Confira o impacto do projeto aprovado sobre cada faixa de renda. (Globo)
O presidente Lula comemorou o que chamou de uma “uma vitória em favor da justiça tributária e do combate à desigualdade no Brasil” e elogiou diretamente Motta e Lira, além dos demais deputados, por terem dado um “passo histórico”. (Metrópoles)
Na mesma linha, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enalteceu nas redes a aprovação do projeto. “Um dia histórico. Começamos a enfrentar nossa principal chaga: nossa inaceitável desigualdade. Não há desenvolvimento com esse nível de desigualdade. Não há justiça. Começamos e juntos vamos concluir esse trabalho”, escreveu. (Poder360)
A taxação dos ricos, claro, não veio sem algum esperneio. O deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), cujo patrimônio declarado é de R$ 1 milhão, discursou na tribuna contra o tributo citando o alto preço dos carros e do novo iPhone e dizendo que compensação pela isenção dos mais pobres deveria vir com a redução das despesas públicas. Na hora H, porém, votou a favor da proposta. (UOL)
Aliás, 18 deputados não compareceram para votar, incluindo Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está radicado nos Estados Unidos desde março. (Poder360)
Para ler com calma. Um estudo do sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal aponta que, entre 2007 e 2023, a tributação do Imposto de Renda se tornou mais desigual no Brasil. Enquanto a alíquota efetiva média para quem ganha acima de R$ 400 mil por mês caiu de 6,9% para 4,34%, a carga sobre a classe média aumentou. Para rendas entre cinco e 30 salários mínimos, a taxa subiu de 6,3% para 9,8%. (Globo)
Meio em vídeo. Esta isenção de imposto de renda vai tocar, justamente, nos brasileiros que estão em disputa na eleição do ano que vem. O Palácio do Planalto sabe disso. O Congresso também sabe, e não pode fazer nada. Ser contra é pior. A opinião de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)
Enquanto o esperado e prometido encontro entre o presidente americano, Donald Trump, e o presidente Lula não acontece, contatos entre o alto escalão americano e brasileiro vão se tornando mais frequentes. Dessa vez o vice-presidente Geraldo Alckmin conversou por telefone com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick. Segundo integrantes do governo, Alckmin reafirmou que o Brasil prefere buscar soluções negociadas e manter o diálogo, mas destacou que estuda medidas de resposta às tarifas. Sobre a reunião dos dois presidentes, representantes da diplomacia brasileira e americana discutem a possibilidade de ele acontecer durante a reunião de cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que ocorrerá na Malásia a partir de 26 de outubro. (g1)
A Fundação Fernando Henrique Cardoso lançou nesta quinta-feira o estudo A Responsabilidade pela Última Palavra (download gratuito), que analisa o protagonismo do STF desde 1988 e os riscos de desgaste por personalismo, falta de clareza em precedentes e dúvidas sobre imparcialidade. O texto propõe reforçar a colegialidade, dar mais consistência à jurisprudência e recuperar a confiança pública, sem necessidade de mudanças legislativas. (Meio)
A Casa Branca está usando a paralisação do governo como ferramenta política, responsabilizando os democratas por demissões iminentes de servidores federais e suspendendo grandes projetos de infraestrutura e energia limpa em estados controlados pelo Partido Democrata. Grande parte das operações federais foi interrompida após o fracasso do Congresso em chegar a um acordo para estender o financiamento. O vice-presidente americano, JD Vance, afirmou a jornalistas que o governo começará a promover cortes de pessoal para priorizar “serviços essenciais”, embora o tamanho da força de trabalho federal não tenha relação direta com as finanças do governo durante uma paralisação. Washington também anunciou a retenção de US$ 18 bilhões em apoio federal à expansão do metrô em Nova York. Outros US$ 8 bilhões em projetos de energia limpa em estados democratas foram cancelados. (Washington Post)
A Marinha israelense interceptou e abordou várias embarcações da flotilha Global Sumud que tentavam levar ajuda humanitária para Gaza. Segundo os organizadores da campanha, os barcos Alma, Sirius e Adara foram interceptados em águas internacionais. O grupo relatou ainda que perdeu comunicação com outras embarcações e acusou Israel de agir com “agressão ativa”, incluindo o uso de canhões de água e a colisão deliberada contra um dos navios. O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou que várias embarcações foram “paradas com segurança” e que os passageiros estavam sendo levados a um porto israelense. A pasta afirmou que a ativista sueca Greta Thunberg estava entre os tripulantes, garantindo que ela e os demais “estão seguros e saudáveis”. (CNN)
O Brasil vai se juntar a uma série de países que declararam apoio público ao plano de paz para pôr fim à guerra em Gaza apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, o chanceler Mauro Vieira disse que os detalhes da proposta foram conhecidos apenas na terça-feira pelo governo brasileiro. “Sem dúvida nenhuma, o Brasil aplaude a iniciativa e faz votos de que ela seja aceita por todas as partes”, disse. (g1)
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Viver
Uma das conservacionistas mais reverenciadas do mundo, Jane Goodall teve sua morte confirmada, aos 91 anos, nesta quarta-feira, em uma publicação nas redes sociais de seu instituto. Nascida na Grã-Bretanha, conquistou prestígio científico e fama mundial ao registrar o comportamento peculiar dos chimpanzés selvagens na África Oriental, rendendo ricos artigos científicos, livros e documentários. Em 1977, fundou o Instituto Jane Goodall, uma das maiores organizações globais sem fins lucrativos de pesquisa e conservação do mundo, o que contribuiu para que ela recebesse o título de Mensageira da Paz pela ONU. (Globo)
Após os casos recentes de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas em São Paulo, Pernambuco investiga quatro casos suspeitos, que deixaram três mortos e outro hospitalizado no Agreste do estado. Nos últimos dias, foram registrados dois óbitos e uma perda de visão, em Lajedo, e outra morte no município de João Alfredo. De acordo com a polícia de Lajeado, há indícios de que os casos na cidade partiram de garrafas de uísque compradas por uma das vítimas, que consumiu acompanhada de dois cunhados. (g1)
Meio em vídeo. Uma pesquisa da Fhoresp mostrou que 36% das bebidas alcoólicas vendidas no Brasil são falsificadas, e as mortes recentes por metanol em SP expõem uma cadeia de intermediários opacos, nota fria e fiscalização que só reage. No De Tédio a Gente Não Morre, Mariliz Pereira Jorge alerta que rótulo famoso não garante procedência e pede rastreabilidade por lote de produtos, blitz na origem e punição que desmonte o negócio. (YouTube)
O Bird Photographer of the Year anunciou os vencedores de sua 10ª edição com o fotógrafo canadense Liron Gertsman levando o prêmio máximo por sua imagem revelando a silhueta de uma fragata contra um eclipse solar total, superando outros 25 mil inscritos. (CNN Brasil)
Panelinha no Meio. Um dos pratos mais tradicionais da culinária luso-brasileira, a dobradinha exige alguns cuidados, como limpar e escaldar bem o bucho bovino. Toques como o refogado com talo de coentro encantam até quem não é fã de miúdos.
Cultura
Chega finalmente aos cinemas nesta quinta-feira Malês, dirigido e estrelado pelo lendário Antônio Pitanga. Tendo no elenco seus filhos Rocco e Camila, ele nos conta a história da fracassada revolta de nagôs muçulmanos escravizados na Bahia em 1835, uma passagem da História do Brasil que ainda não recebeu a devida atenção. Temos também Dwayne Johnson voltando às origens na luta livre para interpretar Mark Kerr, um dos mais importantes nomes do MMA nos Estados Unidos. Confira todas as estreias e assista aos trailers no site do Meio.
O Lollapalooza anunciou a programação por dia do festival, que acontece entre 20 e 22 de março de 2026 no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Sabrina Carpenter, Chappell Roan, Skrillex e Lorde são alguns dos destaques entre os 69 artistas nacionais e internacionais escalados para esta edição. Entre os estreantes, está a nova estrela do rap Doechii, vencedora do Grammy deste ano. Outra atração aguardada pelo público é o rapper Tyler, the Creator, que cancelou sua participação em 2018 por motivos pessoais, duas semanas antes do festival. A venda de ingressos por dia de evento começou nesta quarta-feira com valores a partir de R$ 469,20. (g1)
O Museu das Amazônias, ou MAZ, será inaugurado em Belém, nesta sexta-feira, com a primeira grande exposição de Sebastião Salgado no Brasil após sua morte, em maio, contendo cerca de 200 fotos. Uma outra mostra, produzida por responsáveis pelo Museu do Amanhã, conta com instalações de artistas amazônidas e de outros lugares do país, incluindo esculturas, fotografias e pinturas. As entradas para o espaço serão gratuitas até fevereiro do próximo ano. (Folha)
Cotidiano Digital
A Meta vai começar a usar as conversas com seu assistente de IA para personalizar conteúdo e publicidade em suas plataformas. A partir de 16 de dezembro, a interação por texto e voz dos usuários com a Meta AI, além de outras ações como curtidas em publicações e páginas, vai influenciar os anúncios mostrados e as sugestões de posts no Facebook e Instagram. A companhia informa que não será possível rejeitar o uso dos chats para personalização, mas assegura que não usará as conversas de IA sobre visões religiosas, orientação sexual, opiniões políticas, saúde, origem racial ou étnica. “Temos políticas em vigor sobre as informações que as pessoas podem considerar sensíveis, e elas continuarão a ser aplicadas”, afirma Christy Harris, chefe de privacidade da Meta. (The Verge)
A Microsoft anunciou um novo pacote que combina recursos de IA com aplicativos de produtividade para consumidores individuais. O Microsoft 365 Premium combina os recursos do Copilot Pro e do 365 Family por US$ 19,99 mensais. O novo plano permite conversas com o Copilot nos aplicativos do Office, como Word, Excel e PowerPoint, e dará acesso a dois agentes de IA que até agora só estavam disponíveis para contas corporativas do Microsoft 365 Copilot. A companhia disse ter registrado 89 milhões de assinantes dos serviços do Microsoft 365 no trimestre de junho, um aumento de 8%. (CNBC)
O governo do Reino Unido fez uma nova tentativa para acessar dados criptografados do iCloud, depois que uma ordem anterior que incluía dados de usuários americanos irritou o governo de Donald Trump. De acordo com o Financial Times, o Ministério do Interior britânico exigiu, no início de setembro, que a Apple criasse um backdoor no serviço de armazenamento em nuvem dos usuários, desta vez apenas de cidadãos britânicos. Ativistas de privacidade afirmam que forçar a Apple a comprometer a segurança de seus sistemas pode colocar em risco informações privadas de clientes globais. (Financial Times)
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