De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 31 milhões de nascimentos foram registrados no Brasil entre 2012 e 2022. Desse total, cerca de 3 milhões dos partos foram prematuros, ocorrendo antes da 37ª semana de gestação. No Boletim Epidemiológico de 2024, publicado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, a prematuridade é caracterizada como uma condição influenciada por fatores que incluem questões genéticas, sociodemográficas, ambientais e diretamente relacionadas à gestação. 

A médica pediatra especializada em neonatologia do Policlínica Hospital de Cascavel, Dra. Giselle Lustosa de Mello, explica os principais tratamentos realizados em uma UTI Neonatal, sua organização e a importância de uma equipe especializada no atendimento do bebê recém-nascido.

Nascimento prematuro

Entre os principais fatores de risco para o trabalho de parto prematuro estão problemas com o colo de útero, como a incompetência istmo-cervical (IIC), alterações uterinas, alterações placentárias, como a insuficiência placentária, gestação gemelar, infecção do trato genital, infecção de líquido amniótico, infecções urinárias e condições como diabetes gestacional, hipertensão arterial e pré-eclâmpsia, caracterizada pelo aumento da pressão arterial. 

Além disso, condições socioeconômicas desfavoráveis, cuidado pré-natal inadequado, gravidez em mulheres jovens ou com idade mais avançada, histórico de múltiplos partos, intervalos curtos entre gestações, desnutrição materna e tabagismo também podem ocasionar partos prematuros.

Necessidade de tratamento intensivo

Dra. Giselle explica que “o bebezinho prematuro pode enfrentar vários desafios durante os primeiros dias, principalmente pela imaturidade pulmonar”. Uma das doenças mais comuns é a Doença da Membrana Hialina, dada pela deficiência de surfactante, substância essencial para a função respiratória, responsável por reduzir a tensão superficial dentro do alvéolo pulmonar. Recém-nascidos com essa condição  precisam de suporte respiratório e de medicações voltadas para a diminuição do risco de colabamento, ou fechamento, dos pulmões. 

Geralmente, é necessário o internamento de um bebê prematuro. A pediatra do Policlínica explica que, “na nossa rotina, são internados todos os prematuros abaixo de 35 semanas e bebês que nascem a termo, mas precisam de alguma assistência”. Desconforto respiratório, hipoglicemia, e infecções bacterianas são algumas das patologias que exigem tratamento intensivo na UTI Neonatal. 

UTI Neonatal

Além da estrutura, a equipe técnica tem papel determinante na condição do bebê, e é responsável por proporcionar atendimento especializado e manejo adequado dos equipamentos da Unidade de Terapia Intensiva.

Os profissionais atuantes na UTI Neo incluem enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, médicos neonatologistas, pediatras, fonoaudiólogos e nutricionistas, esclarece Giselle de Mello. “A demanda psicológica das famílias, também, é muito grande", completa. A pediatra explica que a equipe de Psicologia, além do atendimento aos pais, é responsável pela organização das visitas dos demais familiares. 

Giselle conta ainda que os principais tratamentos proporcionados são as terapias pulmonares e a fisioterapia pulmonar. “O fisioterapeuta tem um papel fundamental ali, principalmente no manejo da ventilação mecânica e na reabilitação da função respiratória desses bebês”. Desde o início do cuidado do recém-nascido, o treino fonoaudiológico também tem um papel essencial: estimular a coordenação na sucção, deglutição e respiração do bebê. A terapia nutricional, enquanto isso, trabalha com a nutrição enteral (administração de nutrientes através de sondas) e parenteral (suporte nutricional intravenoso). 

“A equipe de enfermagem também é fundamental no tratamento e acolhimento dos pacientes”, aponta Giselle. A médica explica que as funções desses profissionais englobam, principalmente, encontrar um acesso venoso adequado e a gestão de infecção hospitalar e do manejo do banco de leite, pós-coleta e a amamentação - essenciais para o tratamento do bebê internado. 

Importância de uma UTI qualificada

Dra. Giselle afirma que os pais, no momento de escolher um hospital, devem levar em consideração, principalmente em casos de gestação de risco, a equipe da UTI Neo e a equipe responsável pelo tratamento da mãe. “É importante escolher um hospital que tenha UTI para o adulto e UTI Neonatal”, afirma.

A Unidade de Terapia Intensiva do Policlínica Hospital de Cascavel recebeu, recentemente, um reconhecimento internacional de qualidade. Já a UTI Neonatal do Hospital conta com dez leitos, equipados com monitorização, incubadoras e ventilação mecânica. O Policlínica garante o acesso dos pais na UTI Neo até as 22h, visitação de familiares programadas, atendimento com psicólogos e personalização de cuidados. Giselle de Mello explica: “contamos com uma equipe de profissionais experientes, de pediatras e neonatologistas especializados, para fazer um atendimento adequado dos recém-nascidos”.

Sobre o Policlínica Hospital de Cascavel

Com mais de 50 anos de atuação, o Policlínica Hospital é reconhecido pela qualidade de seus serviços, capacidade tecnológica, equipe renomada e atendimento que coloca sempre a sua vida em primeiro lugar. A instituição adota cultura organizacional por meio de planejamento, processos e protocolos, para oferecer melhor atendimento e serviços aos pacientes da cidade e região. Em novembro de 2018, o Policlínica recebeu a Acreditação ONA – nível 1 e em agosto de 2022 a Acreditação ONA - Nível 2, se tornando assim referência no cuidado centrado no paciente na região oeste do Paraná. Além disso, recebeu em 2025 o selo UTI Top Performer, sendo o único hospital do Oeste do Paraná a ser reconhecido desta forma.

Assessoria