Especialista esclarece dúvidas sobre cirurgia ortognática
Evolução da tecnologia garante que procedimento seja mais preciso e menos invasivo
Você certamente já ouviu falar em cirurgia ortognática. O procedimento, realizado por um cirurgião bucomaxilofacial, é a solução para pacientes com desajustes oclusais e assimetrias faciais que não podem ser corrigidas e compensadas apenas com tratamento ortodôntico.
“Alguns pacientes apresentam deformidades faciais decorrentes de um crescimento ósseo inadequado durante o desenvolvimento da face, desde a infância até a vida adulta, que podem levar a desordens maxilofaciais em diferentes graus de gravidade. Em alguns casos, durante a fase da adolescência, os pacientes podem ter o crescimento ósseo direcionado através do tratamento ortodôntico para que essas deformidades não requeiram correções cirúrgicas. Porém, há diversos casos onde o procedimento cirúrgico faz-se necessário, visando o correto posicionamento entre maxila e mandíbula”, esclarece o médico e cirurgião-dentista que atua na equipe de cirurgiões bucomaxilofaciais do Policlínica Hospital de Cascavel, Dr. Bruno Marques Sbardelotto.
Ganhos funcionais x estéticos
A indicação do procedimento tem relação com o comprometimento da qualidade de vida do paciente, uma vez que as deformidades a curto e longo prazo podem trazer impactos físicos e psicológicos, como dores na articulação temporomandibular, dificuldades mecânicas para que o paciente se alimente e respire de forma correta e ainda traz impactos na autoestima, visto que essas deformidades comprometem também a harmonia facial. “A cirurgia ortognática é uma cirurgia funcional, com ganhos estéticos. Pacientes com queixa de um mento muito para frente ou muito para trás, com estalidos, dores e um encaixe inadequado dos dentes, podem ter através da cirurgia ortognática, a solução de seus problemas. Durante o procedimento, o cirurgião bucomaxilofacial realiza o reposicionamento das arcadas dentárias para que o paciente obtenha a oclusão dental correta, esses ajustes cirúrgicos garantem uma gama enorme de ganhos funcionais: melhora na mastigação, redução de sobrecarga na articulação temporomandibular e, inclusive, melhora na qualidade de respiração, uma vez que o procedimento também é indicado para pacientes com apneia obstrutiva do sono, em atuação conjunta com o(a) otorrinolaringologista. Por fim, com o adequado posicionamento da mandíbula e da maxila, obtém-se uma harmonia da face e, como resultado, um ganho estético muito importante”, detalha a Dra. Marcela Chiqueto de Araújo, cirurgiã bucomaxilofacial.
Processo pré-operatório
A indicação da cirurgia ortognática é feita após avaliação do cirurgião bucomaxilofacial, mas a execução requer um processo de preparação do paciente. “Após correto diagnóstico e indicação cirúrgica, o paciente precisará realizar alguns passos preparatórios. Inicialmente, em trabalho conjunto com um especialista em ortodontia, realiza-se um preparo ortodôntico para que os dentes estejam posicionados no arco dental de forma adequada para o tempo cirúrgico. Essa preparação ortodôntica, dependendo do profissional e da movimentação dental necessária, pode levar, em média, de 6 a 18 meses. Tendo isso alinhado, iniciamos o planejamento cirúrgico”, explica.
O planejamento cirúrgico também é composto por uma série de processos, que buscam garantir a precisão do procedimento. “Primeiramente, realizamos análises faciais, por meio de exames físicos, fotografias e documentação ortodôntica. Após o primeiro passo, iniciamos também o planejamento digital, onde é solicitado ao paciente um exame tomográfico e o escaneamento dos dentes. A análise desses arquivos digitais, aliada ao conhecimento clínico e dos processos analógicos e digitais, nos permite decidir quais serão os movimentos cirúrgicos mais adequados para cada paciente”, garante.
Para que o procedimento cirúrgico seja mais previsível, uma simulação é feita. “Após determinação do movimento cirúrgico, através de um software essa cirurgia é simulada digitalmente, em um modelo virtual, permitindo uma previsibilidade dos resultados. Com esse planejamento prévio, realiza-se a confecção de uma guia cirúrgica. Essa guia possibilitará, durante o procedimento, padrões de orientação e assertividade na correção cirúrgica”, afirma.
Procedimento pouco invasivo
A cirurgia ortognática deve ser realizada em ambiente hospitalar e sob anestesia geral. Apesar disso, os especialistas garantem que os avanços tecnológicos contribuem para que a cirurgia seja menos invasiva e a recuperação mais tranquila do que era há alguns anos. “Com o passar do tempo, o conceito de cirurgias minimamente invasivas ganhou espaço e colaborou para a evolução da cirurgia ortognática. Antigamente as etapas pré-operatórias como planejamento e guias cirúrgicas eram feitas de forma manual. O trauma cirúrgico e o pós-operatório eram muito mais complexos. Hoje, o procedimento é feito através de acessos menores, por cortes ósseos mais delicados, com menor tempo cirúrgico e recuperação pós-operatória muito mais acelerada e tranquila”, completa.
O ambulatório de Cirurgia Bucomaxilofacial do Policlínica Hospital de Cascavel possui atendimento nas tardes de quinta-feira. Para agendamentos, favor entrar em contato pelo telefone (45) 98823-0726.
Assessoria
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