Em pouco mais de um dia, Kamala Harris avançou para consolidar sua posição como candidata democrata à Casa Branca, após Joe Biden desistir da reeleição e anunciar apoio a sua vice. Nenhum nome de peso dentro da legenda se apresentou como possível adversário. Ao contrário, delegados escolhidos nas eleições primárias do partido vêm declarando abertamente que estão com ela, assim como presidentes dos diretórios de todos os estados e governadores que poderiam disputar a indicação, mas agora entram na bolsa de apostas como potenciais companheiros de chapa da candidata. Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara e figura influente no partido, também endossou o nome de Kamala. A convenção democrata vai acontecer entre os dias 19 e 22 de agosto em Chicago, mas o partido quer definir a candidatura antes disso, até o dia 7, e Kamala já conseguiu os votos de mais delegados do que precisa para ser nomeada — são necessários 1.976 dos 3.949 delegados. “Estou orgulhosa por ter garantido o amplo apoio necessário para me tornar a indicada do nosso partido e ansiosa para aceitar formalmente a indicação em breve”, ela escreveu em declaração enviada por sua campanha. (CNN) Kamala trabalhou duro para garantir o apoio. No domingo, passou mais de 10 horas telefonando a mais de 100 lideranças de seu partido. Mas, em meio às manifestações de adesão à candidatura, um silêncio se faz notar: o de Barack Obama. No texto que publicou no domingo para homenagear Biden, o ex-presidente não fez qualquer gesto de destaque à vice. Fontes próximas a Obama, porém, dizem que a postura não significa desapreço à provável candidata, mas um cuidado com a imagem dela. O ex-presidente não quer que a candidatura pareça algo imposto pela cúpula partidária. Ele espera, dizem, que Kamala consolide o apoio junto à base e aos delegados da convenção para, então, mergulhar na campanha. Foi a mesma postura que adotou em 2016 e 2020, para desgosto de Biden, que foi seu vice. (New York Times) Democratas doaram US$ 81 milhões para a campanha presidencial, maior valor da história em um período de 24 horas. Quase 900 mil contribuições foram inferiores a US$ 200. Empolgados com a provável nomeação da vice-presidente, muitos estão doando pela primeira vez. (BBC) O tom que Kamala Harris pretende adotar ficou claro nesta segunda-feira. Diante de funcionários da campanha de Biden – que agora trabalham para ela –, a vice-presidente mencionou sua experiência como promotora pública e se comparou com Donald Trump, condenado por crime fiscal para encobrir o suborno a uma atriz pornô com quem teve um caso. “Eu processei criminosos de todos os tipos”, disse ela. “Conheço bem o tipo de Trump.” (AP) Mais cedo, em uma cerimônia nos Jardins da Casa Branca com atletas universitários campeões na última temporada, Kamala fez seu primeiro discurso após a desistência de Biden. Segundo ela, o que o presidente realizou nos últimos três anos “é inalcançável na história moderna [dos Estados Unidos]. Em um mandato, superou o legado da maioria dos presidentes que tiveram dois mandatos”. (Meio) Os republicanos já tratam Harris como a adversária a ser batida. O senador J.D. Vance, candidato a vice na chapa de Trump, a acusou nesta segunda-feira de “mentir ao país” sobre a capacidade de Biden, enquanto a “elite democrata” pressionava para tirá-lo da disputa. (Politico) Se Joe Biden era visto como velho demais para o cargo, Kamala Harris surge com grande potencial de comunicação entre os jovens – e já começou a ganhar apoiadores no TikTok com centenas de vídeos virais. Ela não tem uma conta oficial nessa rede, mas seus fãs estão fazendo o trabalho. O vídeo em que ela aparece dançando na chuva em 2020 já tem mais de 5 milhões de visualizações. (Meio) Mas quem é Kamala Devi Harris? Veja uma lista com 55 fatos e curiosidades sobre a vice-presidente dos Estados Unidos e provável candidata do Partido Democrata. (Politico) Para ler com calma. Kamala Harris é a melhor esperança dos democratas no momento, mas é também uma aposta arriscada. Pesquisas indicam que ela pode ter um desempenho melhor que o de Biden entre mulheres, jovens e negros. Só que há o componente do machismo. Em 2016, Hillary Clinton perdeu para Donald Trump entre o eleitorado masculino por 11 pontos. Quatro anos depois, Trump e Biden praticamente empataram nesse público. (The Atlantic) Enquanto isso... Os líderes dos partidos Republicano e Democrata na Comissão de Supervisão da Câmara dos EUA pediram nesta segunda-feira a demissão da diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, pelas falhas que levaram ao atentado contra o ex-presidente e candidato Donald Trump. Em depoimento à comissão, ela admitiu que, antes de Trump subir ao palanque em Butler, na Pensilvânia, os agentes foram avisados “de duas a cinco vezes” que havia uma pessoa suspeita na área. Cheatle reconheceu que foi a maior falha de seu departamento em décadas, mas se recusou a fornecer mais informações, alegando que o incidente está sob investigação do FBI. (CNN) O presidente Lula decidiu enviar a Caracas o assessor especial da Presidência da República Celso Amorim para acompanhar as eleições que ocorrem na Venezuela no próximo domingo. Em entrevista a agências internacionais, Lula falou sobre a importância de respeitar o processo democrático para a Venezuela voltar à normalidade. O presidente disse também que o líder do país vizinho precisa aceitar o resultado das eleições. “Maduro tem que aprender: quando você ganha, você fica. Quando você perde, você vai embora”, disse Lula, que também se disse “assustado” com as falas de Maduro sobre o processo eleitoral. Na semana passada, o venezuelano afirmou que, se não vencer, haverá um “banho de sangue” no país. (Poder 360) Principal alvo na investigação da “Abin paralela” no Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) foi oficializado como candidato do partido (e do bolsonarismo) à prefeitura do Rio de Janeiro. O vereador Carlos Bolsonaro representou o pai na convenção, que teve um tom protocolar. O PL ainda negocia a vaga de vice na chapa de Ramagem, embora esteja decidido que o posto será ocupado por uma mulher. Um dos objetivos é tentar atrair o voto evangélico, seja em coligações ou com um nome do próprio PL. (Folha) Enquanto isso... O PSDB atropelou o Cidadania, com o qual forma uma federação, e decidiu que o bloco vai se aliar no Rio ao PP, que terá Marcelo Queiroz como candidato. O Cidadania pretendia apoiar a reeleição do prefeito Eduardo Paes (PSD), mas foi voto vencido na executiva nacional da federação. (Globo) |
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