Diante de uma multidão barulhenta em Milwaukee, o ex-presidente Donald Trump fez um discurso de 80 minutos, o primeiro desde o atentado a tiros apenas cinco dias antes do encerramento da Convenção Nacional Republicana. Começou com voz mansa, parecendo emotivo, pregando união. Prometeu um amanhã “rico e maravilhoso” para “cidadãos de todas as raças, religiões, cores e credos”. Fez questão de relembrar cada detalhe do ataque na Pensilvânia, dizendo que sentiu-se “sereno” enquanto “as balas voavam ao redor”. Mas o tom inicial foi logo abandonado quando ele parou de ler o teleprompter. Voltou ao seu requentado discurso, atacando democratas e chamando imigrantes de criminosos que partem de “prisões e hospícios”, e os comparando ao canibal Hannibal Lecter, do filme O Silêncio dos Inocentes. Voltou a falar em fraude eleitoral nas eleições passadas, chamou a Covid-19 de “vírus chinês”, mentiu sobre dados da inflação, desenhou um país à beira do apocalipse. Repetiu o mote “drill, baby, drill”, espécie de grito de guerra pró-exploração de petróleo e gás. E afirmou não ser “inimigo da democracia”, mas seu “salvador”. “Ninguém vai nos parar, vamos salvar este país e restaurar a República.” (New York Times) Antes de Trump fazer o discurso mais longo da história de uma nomeação à presidência do país, correu em Washington a informação de que Joe Biden está considerando desistir da candidatura. A questão já não seria mais se ele fará isso ou não, mas quando o anúncio será feito – talvez ainda neste fim de semana, segundo pessoas com acesso ao presidente, que segue em isolamento pelo diagnóstico de Covid-19. A cúpula do partido não teme mais apenas a derrota, mas que ela venha acompanhada de uma avalanche republicana nas eleições legislativas. (Axios) Enquanto isso, aliados da vice-presidente Kamala Harris começam a se movimentar silenciosamente em um esforço de bastidores para garantir que ela seja a escolhida como líder da chapa caso Biden se afaste. O plano seria começar a construir os pilares de uma candidatura capaz de oferecer, no pouco tempo que ela teria como candidata, um quadro completo de sua biografia e principais realizações. (Politico) Reid J. Epstein: “Os democratas, que estão desesperados após três semanas de queda livre depois do debate de Biden, parecem revigorados assistindo a este discurso de Trump. As falsas acusações de fraude eleitoral, xingamentos e os maiores hits de seus comícios de campanha são parte do que os democratas estão felizes em destacar – e esta noite ele fez isso”. (New York Times) Corrida à Casa BrancaMarcelo Martinez
 Faltando dez dias para as eleições venezuelanas, o presidente Nicolás Maduro elevou ainda mais a tensão dizendo em um comício que haverá um “banho de sangue” e uma “guerra civil” caso ele não seja reeleito. A ameaça tem explicação. O candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, lidera as intenções de votos com 59,1%, muito à frente dos 24,6% do presidente, segundo pesquisa divulgada ontem. (g1 e Exame) Diversos órgãos dos Estados Unidos espionaram o presidente Lula entre 1966 e 2019, produzindo 819 documentos e 3.300 páginas de informações. A descoberta é do jornalista e escritor Fernando Morais, que lançou em 2021 a primeira parte de uma biografia sobre Lula e agora escreve o segundo volume. O biógrafo requisitou os documentos pela Lei de Acesso à Informação americana. A CIA, agência de inteligência do país, foi o órgão que vigiou Lula mais de perto, com 613 relatórios e especial atenção à sua relação com Dilma Rousseff, com nações asiáticas e do Oriente Médio, e também foco nos movimentos da Petrobras. (Folha) Quem te viu, quem te vê. O presidente petista negou o pedido de acesso à Declaração de Conflito de Interesses (DCI) do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), e colocou sigilo de um século nas informações – mesma ferramenta usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sempre criticada pelo petista. A DCI é um documento obrigatório para todos os ministros comprovarem falta de conflito de interesses. O UOL tentava obter as informações para continuar uma reportagem, publicada no ano passado, na qual informou que a maioria do patrimônio de Silveira vinha de empresas não declaradas no Imposto de Renda e na Justiça Eleitoral. Desde 2006, quando entrou na política, seu patrimônio aumentou 30 vezes e chegou a R$ 79 milhões. (UOL) Meio em vídeo. Lula é um homem do seu tempo e no seu tempo a sociedade era machista. Nesse sentido, o presidente não modernizou as suas referências e a forma de se expressar, mesmo que suas ideias estejam atualizadas. Confira o que diz Mariliz Pereira Jorge na coluna De Tédio a Gente Não Morre. (YouTube)
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